segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Rede de Saúde da Gestante Paranaense completa um ano

Mortalidade materna cai 54% em 8 anos no Estado

A Rede de Saúde da Gestante Paranaense está completando um ano no próximo dia 18 de novembro. A Rede, que busca a união de esforços de profissionais da saúde e representantes do poder público e privado no desenvolvimento de projetos que garantam a saúde materna e reduzam os índices de mortalidade materna no Paraná, foi criada no final de 2008 como iniciativa do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial do Sistema Fiep, Movimento Nós Podemos Paraná, Observatório de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis) e Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna.

O grupo, composto por seis projetos de Curitiba e Região Metropolitana, se reúne mensalmente para trocar experiências úteis no fomento das iniciativas. São projetos de hospitais, prefeituras e igrejas. Atualmente, o grupo está identificando as competências necessárias para execução dos trabalhos e de apoios técnicos e financeiros. O Instituto de Promoção do Desenvolvimento está integrando o grupo, agindo na intermediação entre projetos e empresas. Os projetos sociais, por sua vez, estão se apresentando e mostrando quais são suas necessidades e de que maneira podem ajudar na redução da mortalidade materna.

No Paraná, as principais causas da mortalidade materna são doenças hipertensivas específicas da gravidez, hemorragias, infecção no parto, embolias obstétricas, aborto e complicações anestésicas durante o parto, entre outras.

Avanços
Ainda não foram contabilizados resultados do trabalho da Rede, mas os indicadores de mortalidade materna estão reduzindo em função de esforços de toda a sociedade e da atuação do movimento Nós Podemos Paraná, que trabalha desde 2005 pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

Dados do Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade (ORBIS) indicam que, de 2000 para 2008, no Paraná, houve uma melhoria 54,6% nos índices mortalidade materna. Em 1990, a mortalidade materna era de 105 casos para cada grupo de 100 mil nascidos vivos. Dados de 2008 apontam para 47,7 mortes.

Embora não estejam concluídas as estatísticas sobre mortalidade infantil no Paraná de 2009, alguns municípios da região têm apresentado queda nos índices no primeiro semestre. Boa Ventura de São Roque, Campina do Simão, Foz do Jordão, Laranjeiras do Sul, Prudentópolis e Rio Bonito do Iguaçu não registraram óbitos de menores de um ano em 2009. Os números são baseados em estatísticas fornecidas pelo DataSus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde) do Ministério da Saúde e da Sesa (Secretaria Estadual de Saúde). De 18 municípios pesquisados da região Central, 11 apresentam queda na mortalidade infantil.
Integrantes da rede
- Mulher Cidadã
- Planejamento Familiar
- Gestação de Alto Risco
- Educação e Prevenção da Mortalidade Materna
- Capacitação de Mulheres
- Parto Humanizado
- Importância da Vida – Risotolândia
- AFECE - Associação Franciscana de Educação ao Cidadão Especial
- Cemuc – Centro de Apoio a Mulheres e ao Casal Grávido/ Curso Parto sem Medo
- Programa Atitude, da Secretaria da Criança e Juventude de Piraquara

Blog da Rede: http://objetivo5.blogspot.com/

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Rede Saúde da Gestante apresenta resultados dos projetos

O encontro foi nesta sexta-feira. Criada em 2008, a Rede Saúde da Gestante é uma iniciativa de entidades pertencentes ao Sistema Fiep e Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna

Profissionais que participam da Rede Saúde da Gestante se reuniram nesta sexta-feira (18), em Curitiba, para apresentar os resultados de projetos desenvolvidos em prol da gestante paranaense. A Rede foi criada em novembro de 2008, como iniciativa do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Movimento Nós Podemos Paraná, Observatório de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis) e Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna.
"O Paraná é destaque no trabalho desenvolvido em prol dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Entretanto, apesar dos avanços, o Objetivo 5 - redução da mortalidade materna - ainda está difícil de ser alcançado no tempo previsto", disse a coordenadora do Nós Podemos Paraná, Maria Aparecida Zago.
A Rede Saúde da Gestante atua no desenvolvimento de projetos que garantam a saúde da futura mãe. Uma das linhas de atuação é o parto humanizado. "Estamos trabalhando para conscientizar os pais e familiares da importância do acompanhamento no período pré e pós parto. Incentivamos que os pais participem do curso de gestantes", disse a enfermeira Lidia Rodrigues, do Hospital do Trabalhador, em Curitiba.
Trabalho semelhante está sendo desenvolvido pela empresa Risotolândia. "A cada três meses, realizamos encontros com as gestantes que são funcionárias, e também para as esposas grávidas e para a comunidade", disse Roseli de Fátima Ribas, assistente social da empresa.
Um das propostas do grupo que trabalha a questão de gestação de alto risco era trazer para Curitiba o curso ALSO (Suporte Avançado de Vida em Obstetrícia), promovido pelo Ministério da Saúde. "A demanda surgiu na Rede, mas o Ministério se antecipou e trouxe o curso para Curitiba", disse a chefe da Divisão de Promoção à Saúde da Mulher, Criança e Adolescente da Secretaria de Estado da Saúde, Patrícia Danielle Torres.
O principal objetivo do curso, segundo Luciana Borninoski, do Ministério da Saúde, é qualificar os profissionais de saúde nas práticas e técnicas de cuidado à gestante de alto risco. "Queremos que os profissionais revejam e reavaliem seu modo de trabalhar com vistas a diminuir a mortalidade materna e aumentar a humanização do parto", disse.
O curso será realizado em Curitiba neste sábado e domingo (19 e 20 de setembro). Participam 72 profissionais de saúde do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Conselho de Cidadania Empresarial do Sistema Fiep é um dos apoiadores, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde e secretarias municipais. Será no Cietep - Av. Comendador Franco, 1341. Informações pelos e-mails patriciamatile@sesa.pr.gov.br e mariahelenaviana@sesa.pr.gov.br.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009




8º SEMINÁRIO DO PARTO

LOCAL DO EVENTO:
CIETEP
Rua Comendador Franco, 1341Jardim Botanico - Curitiba/PR

01/10/2009
OFICINAS
1. Atualização em Banco de Leite Humano
08:30-12:30
FEPAR


2. Assistência de Efermagem no Pré Natal
14:00-18:00
TUIUTI
3. Humanização na Assistência ao Parto
08:30-12:30;14:00-18:00
PUC-PR
4. CIPE/CIPESC na Saúde da Mulher e Neonato
08:30-12:30;14:00-18:00
PUC-PR
5. Comites de Mortalidade Materna
14:00-18:00
UNICEMP
6. Assistência de Enfermagem na Saúde da Mulher com ênfase nos direitos sexuais e reprodutivos
14:00-18:00
PUC-PR
7. Atividade Física e Saúde da Gestante; Despertando o corpo para o cuidado humanizado no Parto
14:00-18:00
PUC-PR
8. Gestão Participativa e Controle Social
08:00-18:00
Centro Formador Bento Munhoz da Rocha

*OBS: Vagas Limitadas para as Oficinas

02/10/2009
08:00
Credenciamento e entrega de material
08:30
Abertura
09:00
Mesa Redonda: Políticas de Atenção à Saúde da Mulher– “Ações estratégicas na atenção obstétrica”.
10:30
Intervalo
11:00
Mesa Redonda: Humanização no Cuidado.- Contribuições e Desafios da Enfermagem.
12:30
Almoço
14:00
Mesa Redonda: Direitos sexuais e reprodutivos
15:30
Intervalo
16:30
Conferencia: Enfermagem Baseada em Evidências

03/10/2009
09:00
Painel: Vivências e Experiências na Atenção ao Parto.- Experiência da cooperação Brasil - Japão/JICK- Casa de Parto- Parto Domiciliar
10:30
Intervalo
11:00
Sessão Pôster.
12:30

Encerramento
* As oficinas serão realizadas nos locais descritos no programa do evento.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Municípios da região reduzem índices de mortalidade infantil

Embora não estejam concluídas as estatísticas sobre mortalidade infantil no Paraná de 2009, alguns municípios da região têm apresentado queda nos índices no primeiro semestre. Boa Ventura de São Roque, Campina do Simão, Foz do Jordão, Laranjeiras do Sul, Prudentópolis e Rio Bonito do Iguaçu não registraram óbitos de menores de 1 ano em 2009.
Os números são baseados em estatísticas fornecidas pelo DataSus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde) do Ministério da Saúde e da Sesa (Secretaria Estadual de Saúde). De 18 municípios pesquisados da região Central, 11 apresentam queda no coeficiente de mortalidade infantil, que aponta o número de mortes a cada 1.000 crianças nascidas vivas.
Com maior população na região Central, Guarapuava apresenta queda nos índices depois de um aumento entre 2006 e 2008. Em 2006, para cada 1.000 crianças nascidas, houve 14 óbitos de crianças menores de 1 ano. Em 2007, o número subiu para 15 e, em 2008, para 19. Agora, caiu para 17 no primeiro semestre.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) quer que a mortalidade infantil seja reduzida em dois terços em todo o mundo no período entre 1990 e 2015. A meta faz parte dos ODMs (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio). Para Guarapuava, a redução deve ser de 11,95 óbitos a cada 1.000 crianças nascidas dentro de cinco anos. O município reduziu a mortalidade infantil em 52% nos últimos 19 anos. Em 1990, a taxa era de 35 óbitos de menores de 1 ano para cada 1.000 crianças nascidas vivas.


Fonte: Diário de Guarapuava

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Mulheres teriam menos filhos se pudessem optar, diz ONU

Nações Unidas, 1 abr (EFE).- As mulheres costumam escolher ter menos filhos se têm a possibilidade e os meios para optar, algo que muitas mães dos países menos desenvolvidos do mundo não têm, e que independe de culturas ou religiões, disseram hoje especialistas reunidos nas Nações Unidas.
"Quando uma pessoa ou um casal recebe a possibilidade e os meios para decidir quantos filhos quer ter, normalmente decide ter menos que o habitual", afirmou em entrevista coletiva a diretora da Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais (Desa) da ONU, Hania Zlotnik.
A mexicana participa, junto a outros especialistas, na reunião mantida nestes dias pela Comissão para a População e Desenvolvimento das Nações Unidas.
"A falta de acesso a programas de planejamento familiar e métodos modernos contraceptivos são a principal causa da persistência de uma alta taxa de fertilidade", acrescentou Zlotnik.
Nesse mesmo sentido se pronunciou Jean-Pierre Guengant, do Instituto de Investigação para o Desenvolvimento de Burkina Fasso, que explicou que a decisão pessoal de reduzir o número de filhos é independente de fatores culturais e religiosos.
O professor da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, David Canning, ressaltou que o rápido crescimento da população derivado, em parte, de uma alta fertilidade - além das migrações e da diminuição da mortalidade -, representa uma barreira para reduzir o nível de pobreza em um país.
"Diminuir a população através da queda da taxa de natalidade, em vez de através do aumento da mortalidade ou da restrição da imigração, é benéfico para a economia", explicou Canning.
Ele destacou que "a baixa natalidade aumenta a proporção de pessoas que estão em idade de trabalhar, graças à incorporação da mão-de-obra feminina, especialmente nas áreas urbanas dos países em desenvolvimento", o que, por sua vez, favorece o crescimento econômico. EFE

quarta-feira, 11 de março de 2009

EVENTO: 10 ANOS do PROGRAMA MÃE CURITIBANA
DATA: 11.03.2009 – quarta-feira
HORÁRIO: 15hs
LOCAL: FIEP - Rua Comendador Franco, 1341, Jardim Botânico



Este é um evento de comemoração dos 10 ANOS do PROGRAMA MÃE CURITIBANA..

O Programa Mãe Curitibana foi implantado em 1999 com o objetivo de humanizar e melhorar a qualidade do atendimento das gestantes e recém-nascidos de Curitiba e reduzir a morbimortalidade materno-infantil.

Com o apoio das diversas parcerias, incluindo as maternidades e sociedades científicas, as ações desenvolvidas pelo Programa levaram a importantes avanços na atenção ao pré-natal, parto e puerpério fazendo com que Curitiba chegasse em 2008 num coeficiente de mortalidade infantil de 9,8, índice atingido pela primeira vez na história de Curitiba.

Hoje será lançada uma nova ação do Programa: o ”Pai Presente no Pré-natal”, valorizando a participação do pai curitibano no acompanhamento da gestante durante o pré-natal e no crescimento e desenvolvimento do seu filho.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Redução de mortalidade materna exige tratamento amplo do problema

Brasília - O Brasil só poderá reduzir em 75% a mortalidade materna até 2015, como prevê a Organização das Nações Unidas (ONU) nos Objetivos do Milênio, caso enfrente o problema em todas as suas dimensões, inclusive as relacionadas ao direito sexual e reprodutivo. A opinião é de Télia Negrão, secretária-executiva da Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos.
Segundo ela, houve avanços significativos no país desde a criação, em 2004, do Pacto pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, que envolve governos e sociedade civil. Entre esses avanços ela citou a criação de mecanismos para prevenção, como os Comitês de Mortes Maternas, as políticas de humanização do parto e a obtenção de dados mais precisos sobre as causas dos óbitos maternos.
Para a secretária-executiva, no entanto, só haverá esultados mais significativos quando outros aspectos do problema forem enfrentados. "Se não for adotada uma política muito séria de educação sexual, planejamento familiar, melhoria do atendimento durante a gestação, parto e puerpério [pós-parto], e de legalização do aborto, não conseguiremos, reduzir as mortes maternas no Brasil e atingir as Metas do Milênio. A esse conjunto de medidas se agrega também o enfrentamento da feminização da aids [aumento da contaminação de mulheres pelo HIV] da violência contra as mulheres" avaliou.
Adson França, coordenador de Ações Estratégicas do Ministério da Saúde e do Pacto, também reconhece a dificuldade de alcançar a redução da mortalidade materna nos níveis propostos pela ONU.
"É uma meta muito audaciosa para a maioria absoluta dos países porque envolve vários fatores: o aumento da escolaridade e do empoderamento da mulher; a melhoria das condições de saúde, da atenção ao parto e ao nascimento; a qualificação de profissionais; a legislação relacionada a complicações no contexto da violência contra a mulher".
A redução de 75% prevista pela organização internacional tem como base a taxa de mortalidade materna nos países em 1990, que no caso do Brasil era de 64 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos.
Hoje, a taxa no país, levantada a partir de dados de 2005, está em pouco mais de 53 óbitos. O número é 2,1% maior do que registrado em 2000 quando as metas da ONU foram lançadas, mas segundo o coordenador, o aumento reflete a melhoria na notificação de óbitos maternos que antes estavam subestimados.
Ele aponta, dados positivos que "seguramente" estão contribuindo para reduzir as mortes maternas, como por exemplo, o a ampliação da cobertura dos exames pré-natal no país, que passou passou de 22% das gestantes em 1990, para 76% em 2005.
"Estamos otimistas. Vamos reduzir bastante a mortalidade materna até o ano de 2015. Estamos buscando isso de forma persistente e se não chegarmos lá vamos ter a consciência tranqüila de que estamos no caminho, envolvendo gestores e sociedade civil. Se nós tivermos recursos financeiros e gestores mais comprometidos podemos sonhar pelo menos em chegar perto "afirmou.
França cita a experiência de Fortaleza, onde além de ser ampliado, o pré-natal passou a ser articulado com o atendimento durante e depois do parto. Segundo ele, em quatro anos a medida fez cair, de 70 para 40, o número de óbitos maternos a cada 100 mil nascidos vivos na capital cearense. "A mulher tem que fazer o pré-natal e saber onde vai parir. Não pode ficar peregrinando atrás de um leito", destacou.
O técnico do Ministério salientou, no entanto, que também é preciso aumentar a qualidade do pré-natal no país, pois em muitos lugares a consulta não avalia aspectos necessários para garantir a segurança da gestante e do bebê e nem sempre consegue oferecer exames importantes. Segundo ele, um resultado de VDRL, exame que possibilita diagnosticar a sífilis, às vezes demora até dois meses para ser disponibilizado e das 4500 maternidades brasileiras só 1200 fazem o exame que detecta o vírus da aids.
Além disso, França apontou a ainda a necessidade de qualificar os profissionais que vão atender as mulheres na hora do parto."Ela precisa chegar nesse local e ter profissionais qualificados em urgências e emergências obstétricas e neonatais para dar continuidade ao processo. Porque se ela faz um bom pré-natal e não tem profissionais qualificados durante o parto o risco de morrer persiste".
A má qualidade no atendimento de saúde antes, durante e depois do parto é responsável pelas quatro maiores causas da mortalidade materna no país - hipertensão na gestação, hemorragias, infecções pós-parto e complicações em decorrência de aborto. A avaliação é da secretária-executiva da Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, Télia Negrão.
"Um pré-natal não feito ou mal realizado; o atendimento inadequado na hora do parto, quando muitas vezes a mulher perambula de hospital em hospital para conseguir uma internação, dando à luz fora do serviço de saúde ou tendo descolamento de placenta por estresse; a má qualidade do atendimento, isso agrava a sua condição de saúde da mulher, levando ao óbito", afirmou, lembrando que cerca de duas mil mulheres são vítimas de mortalidade materna por ano no Brasil.
Além da falta de leitos, Télia apontou o despreparo dos profissionais para atender adequadamente às gestantes na hora do parto.
"Profissionais despreparados não conseguem enxergar que a mulher está em sofrimento, ou então, no caso daquelas que provocaram aborto e chegam aos hospitais, ao invés de serem acolhidas, muitas vezes são punidas com o sofrimento, já que o aborto é crime" disse.
Segundo a ativista, a má qualidade do atendimento também contribui para as infecções no pós-parto, já que muitas vezes não são detectadas a tempo de serem tratadas. Ela salientou que, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, 96% das mortes maternas são preveníveis e evitáveis.
"Na medida em que a gestação é uma vivência da sexualidade e não uma doença e que 96% das mortes maternas poderiam ser evitadas, é inexplicável que no Brasil mais de duas mil mulheres morram por razões ligadas à maternidade".
Para ela, os números demonstram, além da má qualidade do atendimento de saúde, graves problemas de planejamento familiar. "Muitas das gestações sequer foram desejadas ou planejadas levando as mulheres a abortar e a morrer".
Télia destacou que, apesar da tendência de estabilidade nos indicadores de mortalidade materna no país (52,36 mortes por 100 mil nascidos vivos em 2000 e 53,34 em 2005) o quadro pode ser alterado para pior com a feminização da aids.
De acordo com ela, o aumento do número de casos da doença faz com a aids já seja a segunda causa de morte entre as mulheres no Brasil, perdendo apenas para as doenças circulatórias.
"Se uma doença como essa não encontra uma barreira, políticas fortes bem direcionadas, principalmente à mulheres em situação maior de vulnerabilidade, é bem possível que a Aids passe a constituir uma razão muito forte de mortalidade materna no Brasil". Telia apontou destacou ainda a violência contra a mulher como responsável por um grande número de mortes maternas.
Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Partos são 300 vezes mais arriscados nos países pobres do que nos ricos

JOHANNESBURGO, 15 Jan 2009 (AFP) - A diferença entre o risco de uma mulher que vive num país pobre e uma que vive num país industrializado morrer durante a gestação ou o parto representa a maior desigualdade no mundo frente à morte, destacou nesta quinta-feira Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) em relatório publicado em Johannesburgo.

As mulheres que vivem nos países menos avançados correm risco 300 vezes maior do que as dos países industrializados de morrer por complicações ligadas à gestação ou ao parto."Nenhuma outra taxa de mortalidade é tão grande em desigualdade", indicou a Unicef em seu relatório anual dedicado em 2009 à saúde maternal e neonatal.Assim, o risco de morte maternal numa vida inteira é de um em sete na Nigéria, contra um em 47.600 na Islândia. "É um dado assustador", declarou à AFP a diretora geral da Unicef, Ann M. Veneman, durante a apresentação.Em média, 1.500 mulheres morrem a cada dia no mundo por causa de sua gravidez, ou seja meio milhão por ano, e 95% destas mortes são na África ou na Ásia.Um quarto destas mulheres morrem de hemorragias, 15% de infecções, 13% de complicações ligadas a um aborto, 12% de eclampsia (desregulamentação do metabolismo caracterizada pela hipertensão e por convulsões) e 8% de obstrução no trabalho."E para cada mulher morta em parto, 20 outras sofrem de complicações decorrentes de seqüelas duradouras", lembrou Veneman, citando as fístulas que destroem os órgãos reprodutores para o resto da vida.As mortes de mães pesam sobre a mortalidade neonatal que ocorre no período durante o qual a criança é mais vulnerável, ou seja os 28 dias após o nascimento."Aproximadamente 9,8 milhões de crianças de menos de cinco anos morrem a cada ano e 40% morrem durante seus 28 primeiros dias. Muitas destas mortes são ligadas à saúde da mãe", insistiu Veneman."Os bebês cuja mãe morreu nas seis primeiras semanas de vida correm muito mais riscos de morrer antes dos dois anos do que os das mães que sobreviveram", acrescentaram os autores do relatório. No Afeganistão, 75% dos bebês com mães mortas no parto não sobrevivem mais de um mês.A taxa de mortalidade neonatal diminuiu 25% entre 1980 e 2000 no mundo, mas a um ritmo muito mais lento que a mortalidade entre crianças de menos de cinco anos, que beneficiaram de programas em torno do ambiente médico (distribuição de mosquiteiros, vacinação, etc.), enquanto os problemas dos recém-nascidos cabem geralmente à medicina pura.Para lutar contra a mortalidade das mães e neonatal, a Unicef recomenda primeiro o reforço dos sistemas médicos. Aproximadamente 80% das mortes das mães podem ser evitadas se as mulheres tiverem acesso a cuidados de saúde primários ou obstétricos essenciais.A agência recomenda ainda a adoção de "cuidados contínuos" com um acompanhamento regular das mulheres ao longo de sua vida em estruturas de fácil acesso."Da mesma forma é essencial formar pessoal médico, não somente cirurgiões cheios de diplomas, mas também parteiras (enfermeiras)", acrescentou a diretora geral.Além dos aspectos sanitários, a Unicef defende priorizar "a promoção da capacidade de autonomia das mulheres, melhorando seu acesso à educação e reduzindo as discriminações".Uma mulher educada geralmente tem filhos mais tarde, enquanto o risco de morrer durante um parto é cinco vezes mais elevado para as menores de 15 anos do que para as de mais de 20 anos.A Unicef lamenta também que "nos países em desenvolvimento, inúmeras mulheres não tenham direito à palavra nas decisões relativas às suas próprias necessidades em termos de saúde." No Mali, em Burkina Faso ou na Nigéria, mais de 70% das mulheres dizem que seus maridos tomam decisões por elas neste assunto.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

2ª Reunião - Rede Saúde da Mulher Gestante Paranaense

A reunião realizada em 05 de dezembro de 2008 teve como objetivo a discussão sobre a saúde materna e estruturação dos grupos que desenvolverão projetos que envolvem o tema em questão e consolidação da Rede Saúde da Gestante.
Foi colocado como proposta a criação de um protocolo único para contribuir para a saúde da gestante.